sexta-feira, 9 de março de 2007

Inclinado nas tardes

Inclinado nas tardes lanço as minhas tristes redes
aos teu olhos oceânicos.
Ali se estira e arde na mais alta fogueira
a minha solidão que esbraceja como um náufrago.
(Pablo Neruda)

2 comentários:

Primas disse...

A cor dos teus quadros ilumina as minhas tardes.
Rute

Anônimo disse...

Observando o teu quadro, pus-me a pensar no que é que ele tem a ver com os versos de Pablo Neruda. E fixei-me nas redes, nas tristes redes, lançadas aos olhos atlânticos da mulher amada, onde a solidão do que ama quase naufraga, ao mesmo tempo que arde na mais alta fogueira. Como é belo este jogo de símbolos que se emtrelaçam como as linhas do teu quadro!
Mas então o que é que a tua obra de arte tem a ver com o mundo imaginado do poeta?
Vais-te rir com certeza. Mas o que eu vejo no teu quadro é precisamente uma rede, mas daquelas em que nos deixamos embalar, nas tardes cálidas, e sonhamos ao som do mar, ou do sussuro da aragem das árvores, ou do frescor que brota da relva.
Vê lá se isto não é mesmo um disparate! Paciência, mas é isso que me sugere a textura, as linhas e as cores do teu quadro, tudo convergindo para uma grande Harmonia.
Vê lá como a tua ARTE me embala e me faz pensar! Continua a criar... Um abraço