quinta-feira, 17 de julho de 2014

As Aldeias







Eu gosto das aldeias sossegadas,
Com seu aspeto calmo e pastoril,
Erguidas nas colinas azuladas -
Mais frescas que as manhãs finas d ´Abril

Pelas tardes das eiras - como eu gosto
Sentir a sua vida ativa e sã !
Vê-las na luz dolente do sol posto,
E nas suaves tintas da manhã !


Gomes Leal , António




quarta-feira, 11 de junho de 2014

Enamorados



















Dá-me a tua mão
Iremos a par e passo
Pela vida, sem pressas.

Para iluminar o caminho
Basta apenas um sorriso

(Carlos Silva)

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

TERNURA



Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

David Mourão Ferreira

sábado, 8 de fevereiro de 2014

MULHER AFRICANA


É uma mulher africana
Não sabe cruzar os braços
Faz aguardente de cana
Valoriza todos os seus laços
(---)
Pescoço de gazela
Olhos de marfim
Boca de seda

(Silvino Lopes Évora)

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

PRIMAVERA

 
Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe
-
dia de



(Alberto Caeiro)Primavera
Tive um

terça-feira, 10 de setembro de 2013

MARIA QUITANDEIRA


 
 
MARIA QUITANDEIRA
 
( ... )
 
Mana Maria quitandeira
Vendendo maboque
Os seios - maboque
Gritando
Saltando
Os pés correndo
Caminhos vermelhos
De todos os dias?
" Maboque máboquinha boa
dóce dócinha "
 
 
 
( Luandino Vieira )



terça-feira, 7 de maio de 2013


 
Passa entre as sombras de Arvoredo
 
 
Passa entre as sombras de arvoredo
Um vago vento que parece
Que não passou, que passa a medo,
Ou que há porque desaparece.
 
O ouvido escuta o não-ouvir
A alma, no ouvido debruçada,
Sente uma angústia a não sentir
E quer melhor ou pior que nada.
 
É como quando a alma não tem
Quem ame, quem espere ou quem sinta,
Quando considera um bem
O próprio mal, desde que não minta.
 
E entre onde as sombras do arvoredo
Sequestram sons e brisas prendem,
Este não passar passa a medo
E certas folhas se desprendem.
 
Então porque há folhas que caem,
Volta a ilusão de haver o vento,
Mas elas, caindo hirtas, traem,
Que não há brisa no momento.
 
(Fernando Pessoa)