domingo, 27 de abril de 2008

SUNION


Na nudez da luz (cujo exterior é o interior)
Na nudez do vento (que a si próprio se rodeia)
Na nudez marinha (duplicada pelo sal)
Uma a uma são ditas as colunas de Sunion.
(Sophia de Mello Breyner Andersen)

2 comentários:

Anônimo disse...

E porque a arte é também de alguma forma nudez... Parabéns! Continua a pintar de forma nua e verdadeira!

Beijinho,
Ru

Anônimo disse...

Os versos maravilhosos de Sophia só poderiam ter sido escritos no Cabo Sunion, no extremo sul da Ática, diante da imensidão do Mar Egeu. A nudez total da luz, do vento e do mar - estou em crer que esta poesia foi composta durante a contemplação de um dos pores-do- sol mágicos, tão caratcterísticos do Cabo Sunion.
Ali foi construído um grandioso Templo dedicado ao deus Poseidon, cerca do ano 444 a.C.,na época gloriosa de Péricles. Desse Templo restam, orgulhosamente de pé, 25 colunas dóricas em mármore, às quais se refere expressamente Sophia. Ela as contou, uma a uma. Uma a uma, as admirou, extasiada, como o construtor, uma a uma, ali as colocou.
E como tu, Álvaro,uma a uma, as traçaste, no teu belo quadro, que honra bem os vestígios evocativos do Templo de Poseidon, construído no rochedo mágico da bela Ática, frente ao não menos mágico Mar Egeu, pleno de memórias.
O teu quadro, cheio de magia e luminosidade, é digno dos versos luminosos de Sophia, a eterna apaixonada pela Grécia, onde ia frequentemente inspirar-se nos valores eternos da sua Arte.
Um grande abraço no coração da tua Arte.