domingo, 25 de setembro de 2011

OUTONO



No entardecer da terra

O sopro do longo outono

Amareleceu no chão.


Um vago vento erra,

Como um sonho mau num sono,

Na lívida solidão


Soergue as folhas, e pousa

As folhas, e volve, e revolve,

E esvai-se inda outravez.

Mas a folha não repousa,

Eo vento lívido volve

E expira na lividez,


(Fernando Pessoa)

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindos - o arranjo (cheio de arte) e o poema!
Continua Álvaro!
Beijinhos
Zézinha